Blog Ferraz Ramos

O que aprendi com o chefe vilão

Acredito que você também tenha reparado como a figura do líder mudou na última década. Até pouco tempo atrás o chefe era a figura do ser supremo e poderoso, superior, inalcançável e temido por todos. Geralmente associado ao vilão que não dava folga, se mantinha distante das pessoas e se incomodava quando via muita conversa entre os colaboradores. Ser chamado pelo chefe era sinônimo de bronca ou demissão e para mim a liderança nunca foi atrativa por todos esses motivos, eu não queria ser a figura que causa medo nas pessoas. 

Isso mudou quando em uma das empresas que trabalhei conheci um exemplo de líder totalmente oposto a esse modelo. Um coordenador que mostrou que era possível ser respeitado pelo time sendo próximo a eles e que essa forma de liderar não afetava os resultados, pelo contrário, os deixava muito melhores. Na verdade, ele me ensinou que o verdadeiro poder está em ser a base e direção para as pessoas que você lidera, me ensinou que o papel do líder é conduzir e não assustar ou oprimir. 

Esse coordenador se tornou a minha primeira referência de liderança, ele transformou a minha antipatia pelo cargo por vontade de chegar lá. Eu sempre fui uma pessoa exigente, não gosto de retrabalho e procuro sempre fazer o meu trabalho bem feito e a possibilidade de desenvolver pessoas também nesse sentido me encantou e a partir daí eu busquei me aprimorar.

Mas para gente saber o que é bom, a gente precisa conhecer o que não é bom e da mesma forma que esse coordenador me mostrou o que eu queria ser, também tive a oportunidade de aprender o que não fazer. Durante a minha trajetória passei por uma liderança extremamente difícil que me fez repensar toda a minha carreira, hoje, a gente conhece o termo assédio, mas na época frases como:

– Se você era a melhor do seu departamento, a pior não devia saber nem ler e escrever.

– Como você quer trabalhar com isso se você não tem noção?

Eram normais, para ser chefe era preciso tratar mal as pessoas e a gente simplesmente engolia e lidava com as consequências depois e eu tinha certeza que não era isso o que eu gostaria de ser. 

Por sorte eu tive muito mais exemplos bons do que ruim. A minha segunda referencia de liderança me ensinou que pra ser um bom líder você precisa conhecer de fato as pessoas que fazem parte do seu time e não apenas o currículo. Quando você consegue ver o seu colaborador pelo lado profissional e humano, você passa a conhecer as fraquezas e potencializar as forças e isso me mostrou que o lado humano compensa. Ter cuidado, treinar pessoas, criar e acompanhar processos é o que me encanta nessa posição. Ser a líder que está na retaguarda, orienta e desenvolve deixa o colaborador mais confiante e leal a você. O colaborador passa a vestir não só a camisa da empresa, mas passa a adquirir o senso de dono, estando também comprometido com o sucesso do negócio e isso não tem preço. 

Passar por todas essas experiências construiu o meu estilo de gestão. Ao longo de toda a minha trajetória eu me tornei a líder que é próxima do time, que conhece individualmente cada um deles, que conduz e desenvolve pessoas. E depois de __ anos de liderança eu vejo que dá certo, eu percebi que o verdadeiro poder do líder não está no cargo que ocupa, mas na diferença que faz na vida das pessoas.

Monique Ramos

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